A discussão sobre os malefícios ou os benefícios do flúor é antiga, tomando maiores proporções nos últimos anos. Aqui vamos transcrever um post onde mostra os argumentos dos dois lados.

Flúor free

Cor, cheiro, sabor, preço e propriedades clareadoras são, em geral, as características levadas em consideração na hora de escolher um creme dental, entre as inúmeras opções nos supermercados ou nas farmácias. Nos últimos anos, no entanto, um outro fator passou a chamar a atenção dos consumidores: a presença de flúor, ou não, na fórmula do produto, que se tornou um fator determinante para comprá-lo ou evitá-lo.

O objetivo dessas pessoas, ao abolir a pasta de dente fluorada, é diminuir a ingestão da substância, que já é consumida compulsoriamente — a fluoretação da água tratada é lei no Brasil, como medida profilática contra cáries dentárias.

A decisão de não usar é baseada em diversos estudos que mostram os malefícios do flúor, e no fato de que diversos países reavaliaram a medida após a demonstração dos riscos da intoxicação pela substância.

É caso da blogueira Cris Marques, 32 anos. Ela escreve sobre turismo na página Raízes do Mundo e, em uma de suas viagens pela Europa, conheceu pessoas que trabalhavam com a produção de pastas de dente naturais. Curiosa, fez perguntas e pesquisas sobre o assunto. “Descobri que o flúor é uma toxina e não faz tão bem para o organismo como estamos acostumados a ouvir. E eu procuro sempre usar o que é mais saudável para o corpo.”

Em seguida, Cris assistiu a uma palestra sobre a glândula pineal — localizada na parte central do cérebro e responsável pelos ciclos circadianos, como o sono, e pelo controle das atividades sexuais e de reprodução — e descobriu que o flúor pode calcificá-la. Além da função orgânica, acredita-se que a glândula desempenha papel fundamental na prática da espiritualidade (veja quadro), o que fortaleceu desejo da moça de reduzir ao máximo a ingestão de flúor. “Nós já o consumimos na água, o que eu acho um absurdo. A quantidade é muito superior à recomendada em outros países”, desaprova.

Durante três anos, a blogueira alternou o uso das pastas de dente tradicionais com as naturais ou orgânicas. Há cerca de um ano e meio, abriu mão de vez das versões industrializadas e com flúor. “Antes, se a orgânica acabasse ou se eu não encontrasse para comprar, usava as normais. Hoje, não uso de jeito nenhum. Como alternativa, prefiro o óleo de coco com um pouquinho de menta”, afirma. Após a transição completa, Cris chegou a passar mal quando tentou usar um creme dental tradicional.

Jonas Lima, gerente de marketing de uma marca que produz pastas sem flúor, confirma as impressões da moça. “Há três anos, criamos o creme dental sem flúor, e a procura foi muito maior do que imaginávamos. Estamos, inclusive, expandindo o nosso portfólio”, revela. Jonas conta ainda que a equipe acreditava que o diferencial seria o fato de o produto ser vegano e sustentável, mas a ausência de flúor foi o que mais chamou a atenção dos consumidores. “Não sabíamos que tantas pessoas já tinham essa visão mais crítica e isso foi o grande alavancador de vendas”, completa.

Flúor e espiritualidade

A glândula pineal, também chamada de epífise neural, é uma glândula endócrina pequena, localizada na região central do cérebro. Ela é responsável por secretar a melatonina, hormônio responsável pelo sono. Correntes espiritualistas acreditam
que ela funciona como uma espécie de portal ou facilitador da comunicação espiritual. Quanto mais purificada a glândula, mais fácil a comunicação do indivíduo com outras dimensões.

Flúor calcifica a pineal
Pineal com calcificação por ingestão de flúor

Estudos científicos comprovam que o flúor provoca a calcificação da glândula. Quando há excesso da substância química no corpo, ela se aloja no órgão e o calcifica. Por essa razão, muitas pessoas que trabalham com a mediunidade e buscam uma ligação mais próxima com a dimensão espiritual evitam o consumo excessivo dela.

Veja também os riscos da restauração dentária de amálgama:

amálgama faz mal

Um estudo de 2006, mostra a possível relação  das restaurações de dentes realizadas com amálgama (obturações escuras) com os tumores malignos a longo prazo. https://atmconquista.com.br/restauracao-dentaria-e-cancer/

O questionamento sobre a toxicidade do flúor se tornou amplo na internet. Uma busca sobre “flúor faz mal” no Google gerou mais de 700 mil pesquisas, por exemplo. Mas o tema é controverso e sem uma conclusão definitiva. Muitos dentistas e médicos afirmam que a quantidade consumida na água fluoretada e nos produtos de higiene dental é inofensiva. Outros defendem que o acúmulo do que é ingerido nessas fontes é o bastante para causar problemas sérios à saúde.

Mitos e verdades sobre o fúor

Segundo o médico especialista em nutrologia e medicina ortomolecular, doutor Wilson Rondó Júnior, o flúor é considerado um pesticida, listado no Manual Merck — livro básico de doenças e toxinas, referência na medicina — como um veneno letal quando consumido em quantidades exageradas, além do recomendado pelo Ministério da Saúde.

Flúor elemento tóxico

O consumo de meio litro de água por dia pode fornecer de 0,5 a 1 miligrama de flúor. Rondó explica que essa quantidade já pode causar reações no organismo. Entre elas, cólicas e dores abdominais, aftas na boca, perda de apetite, náuseas, fraqueza, perda de peso e até mesmo vômitos com sangue.

Entre as doenças mais graves que podem ser relacionadas à toxicidade do flúor, o especialista destaca alterações no sistema imunológico, causadas pela distorção de proteínas do corpo, fazendo com que o sistema imunológico ataque o próprio organismo. Outro mal pode ser a osteoporose, já que a exposição excessiva ao flúor causa redução da resistência e da elasticidade óssea. Também tem impacto nos glóbulos brancos, responsáveis pelo combate a bactérias, que têm diminuição significativa quando expostos ao flúor; além de danos cromossomais. Em 1974, foi comprovado que a exposição a 1 ppm (parte por milhão) de flúor inibe em 50% a ação das enzimas de reparação do DNA, causando lesões em diferentes células do organismo, podendo levar, inclusive, a problemas genéticos.

Com o aumento dos estudos, surgem evidências que ligam o excesso do flúor ao câncer e até mesmo à redução de QI. Os que defendem seu uso, porém, reiteram que os problemas se apresentam quando ocorre a exposição excessiva ao flúor, o que não ocorre no consumo de água fluoretada e nem no uso de produtos de higiene bucal.

Até para os dentes o que deveria cuidar pode danificá-los. A quantidade de flúor nas pastas e enxaguantes bucais, bem como nos produtos aplicados em consultórios atende a diretrizes e concentrações definidas por órgãos de saúde. Mas, apesar de ser um consenso entre a maioria dos dentistas, o uso do flúor vem sendo desaconselhado por alguns médicos.

Rondó explica que o problema maior está no flúor que ingerimos na água, pois além de beber, nós a usamos na preparação de alimentos, para lavar verduras e para fazer sucos e outras bebidas. “Existem estudos que questionam a eficácia do flúor acrescentado à água, ele não seria totalmente efetivo na redução ou prevenção de cáries. No caso do uso tópico, por meio de cremes dentais e enxaguantes, tem benefício, pois é um inseticida e rodenticida eliminando as bactérias na boca”, explica.

Fluorose, causada pelo excesso de flúor

A lesão crônica do esmalte dentário, que ocorre em locais super saturados com flúor, é denominada fluorose

Segundo o médico, o problema mais comum relacionado ao flúor é a fluorose. A doença enfraquece os dentes e causa manchas, descoloração, caroços e fendas na mucosa bucal. “Ele muda a estrutura celular do enema dentário quando este ainda está em formação e isso pode ter consequências com o passar dos anos e com a exposição contínua à substância”, acrescenta.

Mais opiniões sobre o flúor…

A dentista Michelle Rodrigues explica que o flúor é extremamente importante como método de prevenção de cáries, especialmente em um país onde nem todos têm acesso a tratamento dentários ou a dentifrícios. Ela afirma que o fator de proteção do flúor é comprovado cientificamente e removê-lo totalmente da água e dos hábitos de higiene dental pode causar sérios danos aos dentes.

Segundo a dentista, mesmo combinando as doses administradas na água e nos cremes dentais, o volume de flúor no organismo não chega a ser prejudicial, somente quando consumido de forma irresponsável, como a ingestão constante de pastas, por exemplo. “Qualquer substância em excesso pode fazer mal. É preciso ter o cuidado de usar produtos próprios para as crianças, com concentrações mais baixas de flúor, e garantir que elas não o engulam, por exemplo. O mesmo vale para os adultos. O dentista pode até mesmo indicar a melhor pasta de acordo com o paciente”, afirma.

A água fluoretada de Brasília

Isabella Duarte não usa pastas convencionais e é contra o consumo de flúor na água, que considera excessivo (foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
Isabella Duarte não usa pastas convencionais e é contra o consumo de flúor na água, que considera excessivo
Em Brasília, segundo dados da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), cada litro de água tem de 0,6 a 0,8 miligramas de flúor. Segundo a gerente de operações do órgão, Cláudia Morato, a quantidade é reavaliada a cada ano. “Esse valor é definido a partir das determinações do Ministério da Saúde.

A taxa ideal de flúor é determinada em função de uma média das temperaturas climáticas, de cada região, durante o período de cinco anos. Nós fazemos anualmente, garantindo uma taxa mais segura”, explica. De acordo com as diretrizes legais seguidas pela Caesb, a quantidade máxima de flúor que pode ser acrescentada na água é de, no máximo, 1,5 miligramas por litro. “Esse é o limite recomendado e dentro do qual o flúor não causa malefícios, segundo as orientações do Ministério da Saúde”, acrescenta Cláudia.

No entanto, para a nutricionista Isabella Duarte, 25 anos, a quantidade recomendada pelos órgãos de saúde já é excessiva. “A mínima quantidade de aditivos e de flúor que absorvemos é o bastante para fazer mal. Existem pesquisas demonstrando os malefícios do flúor desde a década de 1980 e nós continuamos consumindo na água”, alerta.

Isabella não usa pastas de dente com flúor há dois anos. “Por mais que a gente não engula a pasta, absorvemos tudo pelas mucosas. Ele ajuda a prevenir as cáries, mas com a fluoretação da água e as quantidades dos cremes dentais, é impossível controlar o quanto consumimos”, explica.

Alternativas naturais sem flúor

A dificuldade em encontrar os produtos livres de flúor e o alto custo acabam sendo obstáculos para a mudança de hábitos. Mas há outras alternativas ainda mais naturais, como plantas e óleos. Entre os mais usados estão o juá e o óleo de coco. A fitoterapeuta Shirley Lopes enumera os benefícios dos elementos da natureza. “O juá, uma planta do cerrado, é anti-inflamatório, antisséptico e abrasivo. O óleo de coco é ótimo para eliminar cáries e dores de dente.”

Shirley é adepta de terapias de cura por meio da natureza e não usa nenhum tipo de produto industrializado. Além de achar que o corpo não precisa de nada que não seja natural, ela também tem uma grande preocupação ambiental. “Quero mostrar todas as coisas incríveis que o cerrado nos oferece, antes que sejam destruídas. Antes de derrubar uma árvore, é importante descobrir todos os benefícios que ela pode trazer e mostrar para as pessoas que pode ter até um valor financeiro”, afirma.

Shirley acredita que todas as substâncias químicas poluem e podem fazer mal ao organismo. Por isso, incentiva o uso das pastas de dente feitas artesanalmente. Entre os ingredientes que podem ser usados para limpar os dentes, Shirley destaca ainda o alecrim do campo e a babosa. Erva-doce, hortelã e menta podem ser usadas para saborizar as pastas e torná-las mais agradáveis para crianças.

Receita de pasta de dente sem flúor natural

Ingredientes:
Juá
Alecrim do campo
Verbena

Medidas:
A quantidade depende de pasta a ser feita. Mas a divisão é uma parte de juá ou outro abrasivo, e duas partes de erva.

Modo de fazer:
Macerar e misturar os ingredientes até que se tornem um pó.
A polêmica da argila
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Onde tem flúor

Muitas das pessoas que optam por escovar os dentes com ingredientes naturais costumam usar a argila como abrasivo. O ingrediente se tornou ainda mais procurado depois que a apresentadora Bela Gil divulgou vídeo no qual ensina a filha a escovar os dentes com o mineral. A dentista Michelle Rodrigues, no entanto, desaconselha o hábito.

“A argila não é estéril e tem uma abrasividade muito grande, causando erosão nos dentes, além de não ser própria para consumo”, explica.

A dentista também é contra o uso do bicarbonato com limão e do carvão, comumente usados para clarear os dentes, e qualquer outro ingrediente caseiro usado à revelia. “O uso de ingredientes caseiros por conta própria é perigoso. As substâncias vêm em concentrações que não são adequadas para a superfície dentária e para o eventual consumo, podem ter consequências mais sérias”, completa.

Matéria retirada do link abaixo:

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2017/03/12/interna_revista_correio,579809/fluor-mocinho-ou-vilao.shtml